Saturday, July 31, 2010

olhos de ressaca

"E por fim cresci, de insulto em insulto, eu me vi como um adulto, pronto para o que mesmo? Já nem sei."
(Pullovers - Tudo o que eu sempre sonhei)

São 23 anos nas costas. E, por mais novo que eu seja, sei de bastante coisa. A gente meio que aprende algumas coisas necessárias ao convívio social, pelo menos para o próprio. E depois de tanto ser vítima de falácia, a gente meio que aprende a detectar quem se pode confiar e quem não presta. É sério, isso é muito real. Não é nada de telepatia, tô longe de ser uma Mãe Diná, mas eu consigo identificar. É sempre assim: quando eu fico com um pé atrás, mas mesmo assim dou uma chance para a pessoa, eu sempre quebro a cara depois. Mas eu aprendi, agora toda relação tem um limite. E como eu descubro? Pelo olhar. É incrível o que os olhares alheios podem dizer. Realmente quando o mestre disse que "os olhos são o espelho da alma" ele tinha razão. Oscar Wilde também tinha razão quando disse que escolhia seus amigos pelos olhos. Ainda se torna fácil saber quando um amigo seu começa a ser dissimulado, pois o olhar se altera.
Como todo esse assunto eu acabo me lembrando de Capitu: "olhos de cigana oblíqua e dissimulada". E eu tô cansado destes olhos de ressaca.